Adolescentes soltam pipas e dialogam sobre enfrentamento à violência sexual
A tarde do último sábado, 18, foi de brincadeiras e conversas sobre respeito e combate às violências contra crianças e adolescentes, que organizaram um Pipaço no Ginásio Ayrton Senna, em Taquaralto.
A data é marcada como o Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, tema central do bate-papo durante toda a tarde enquanto adolescentes confeccionavam pipas e produziam cartazes.

A adolescente Vitória Guimarães, 13 anos, escreveu as frases “Não tema medo, comunique-se, disque 100” e “O silêncio não resolve”. Para ela, os adultos podem proteger crianças e adolescentes “se comunicando com elas sempre, escutando o lado delas. Uma pessoa fica em silêncio e tem medo de se comunicar aí fica difícil de entender o que está acontecendo com ela, acho que acontece no dia a dia e em situações de violência também”.

Essa é a mesma opinião do Melck Junior da Rocha, 13 anos, que tem como primeira resposta sobre como prevenir, conversar sobre a violência e quando ele acontecer acha que “os adultos sempre devem denunciar”.
As denúncias de violência sexual, ou outras violências contra crianças e adolescentes, podem ser feitas nos Conselhos Tutelares, no Disque 100 e em Delegacias de Polícia.

A ação de sábado foi organizada por adolescentes, certificadas como assessores/as populares por meio do projeto Promoção e Proteção dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, Reforma Política e Democracia no Tocantins, realizado pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente – Cedeca Glória de Ivone tendo como principal apoiador a KZE/Misereor.

Aniversário do Cedeca
Além da violência sexual ser um dos principais temas de trabalho do Cedeca, o 18 de maio também é especial, porque é o dia em que a organização foi criada, completando 12 anos no último sábado. A secretária executiva do Cedeca, Bárbara Xavier, destaca que “foi um dia importante para lembrar a história da organização e ver, a partir do Pipaço, o envolvimento dos adolescentes, porque são eles que têm condições de lutar pelos seus direitos nos diversos espaços em que participam. Junto com os adolescentes é possível construir outras relações, outra sociedade em meninos e meninas sejam respeitados e o mais interessante disso tudo é ver os adolescentes se reconhecendo como parte do Cedeca”.
Na história da organização, já estiveram envolvidas nas atividades do Cedeca mais de 20 mil pessoas em 33 municípios tocantinenses, nos quais o Cedeca executou projetos como “Farol”, “Candeia”, “Um mundo pra chamar de seu” e “Jóia do Cerrado”.
“Nesses 12 anos eles [adolescentes] entendem que o Cedeca não é só uma instituição ou a equipe técnica, mas são os próprios adolescentes que participam no dia a dia conosco construindo nossas pautas, nossas atividades e definindo o que precisamos fazer para que eles se sintam protegidos”, concluiu Bárbara.
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