Ave silvestre ameaçada de extinção é recolhida e entregue ao Corpo de Bombeiros de Paraíso TO
Uma ave silvestre ameaçada de extinção, do tipo Accipitridae foi encontrada por volta das 11h, de terça-feira (18), na Avenida Paraíso, travessia dos setores Oeste e Pouso Alegre, em Paraíso do Tocantins. A ave da espécie Harpia harpyja (Gavião Real), foi recolhida por um motociclista que passava pelo local e entregue para destinação correta à 3ª Companhia de Bombeiros Militar dessa cidade.
O homem conta que havia passado pelo local quando avistou aquela bela ave à beira da avenida e achou que ela estava apenas descansando. Ao retornar, ele visualizou o animal no mesmo lugar, aproximou-se e percebeu que ela estava machucada, então resolveu recolher com muito cuidado utilizando sua própria jaqueta. Levou o animal até um veterinário, que forneceu os primeiros cuidados e o orientou encaminhá-la aos órgãos ambientais. Então o rapaz entrou em contato com uma das instituições responsáveis do Estado, que solicitou que a levasse ao Corpo de Bombeiros e só então trasladar a ave para competência de cuidados e destinação.
Sob os cuidados do Corpo de Bombeiros, em uma jaula, a ave está prevista para ser recolhida na manhã desta quarta (19), pela Companhia Independente de Polícia Militar Ambiental (Cipama). Em seguida o Gavião Real será encaminhado para Palmas, onde receberá os cuidados necessários e posteriormente será devolvido ao seu habitat natural.

Gavião-real
O gavião-real é uma ave accipitriforme da família Accipitridae. É conhecido também como gavião-de-penacho, guiraçu (uirá, guirá = ave, açu = grande), harpia e uiraçu.
Embora não seja a maior das aves predadoras do planeta, é tida como a mais forte. Possui bico potente e suas garras são maiores que as do urso pardo americano, suas pernas têm a grossura de um punho de um homem adulto.
Tem um crescimento populacional muito lento. Este fato, associado à destruição de grandes áreas florestais e à caça indiscriminada, torna a espécie ameaçada de extinção em nosso País.
Projeto de Pesquisa e Conservação
Projeto Gavião-real: Criado em 1997 pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), com atividades de pesquisa, o projeto busca proteger o gavião-real de suas principais ameaças: a caça e o desmatamento. Projeto de Monitoramento do Gavião-real: Criado em 2012 pela Secretaria de Meio Ambiente de São Geraldo do Araguaia, o projeto busca proteger os ninhos de gavião-real mapeados na região com atividades de sensibilização ambiental e pesquisa. Projeto de Monitoramento de Harpia no Parque Nacional Serra da Bodoquena (PNSB) e entorno no âmbito das atividades da Fundação Neotrópica do Brasil (FNB), realiza, além de pesquisas, educação e sensibilização ambiental com as comunidades do entorno do PNSB.
A despeito do tamanho e da força, o gavião-real é frágil. Reza a lenda na floresta que a ave de garras afiadas ataca pessoas e come crianças, o que estimula a matança. O avanço da fronteira agrícola e da retirada de madeira para a venda é outro fator de risco, uma vez que a espécie precisa de grandes áreas preservadas para sobreviver e só entrelaça o ninho nas árvores mais ascendentes. Para resguardá-la, não resta outro caminho que não a conscientização.
Nome Científico
Seu nome científico significa: do (latim) harpë = ave de rapina, provavelmente uma ave mítica, harpuiai harpias que era metade abutre e metade mulher. ⇒ Harpia – ave de rapina. Este nome na concepção original Vultur harpyja (Linaeus, 1758) é o segundo nome criado na nomenclatura aviária.
Características
É uma águia enorme, sendo considerada a mais forte do planeta. É a maior ave de rapina brasileira! Mede entre 90 e 105 centímetros de comprimento e apresenta uma envergadura de mais de 200 centímetros. Ambos os sexos são semelhantes, mas a fêmea é bem maior. Seu peso varia entre 4 e 4,8 quilogramas para o indivíduo do sexo masculino e entre 7,6 e 9 quilogramas para indivíduos do sexo feminino.
Os adultos apresentam partes superiores na cor cinza escuro. As asas são largas, relativamente curtas e arredondadas. A cauda longa é barrada de branco e apresenta a ponta arredondada. As partes inferiores são brancas, com exceção de uma faixa cinza escura no peito. As coxas são brancas, finamente barradas de preto. A cabeça é cinza, mais pálida do que as demais partes superiores, com uma coloração cinzenta conspícua. Apresenta uma bela crista erétil com penas de diferentes tamanhos na porção occipital da cabeça. O bico em forma de gancho é robusto e de coloração cinza escura e apresenta a cere cinza escura quase preta. Os olhos são marrom escuros. Pernas e pés são amarelos. Os pés são fortes e equipados com longas garras negras.
O imaturo precisa de 4 a 5 anos para alcançar a plumagem adulta. E para cada plumagem anual o jovem apresenta pequenas variações na coloração da plumagem, no número e na largura das barras da cauda. Os imaturos mais jovens com plumagem do primeiro ano apresentam plumagem geral de coloração cinza claro e branco; esta plumagem torna-se mais escura a cada ano até atingir a plumagem do indivíduo adulto. (Wikiaves)
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