Solidariedade ainda motiva brasileiros
No último índice divulgado pelo World Giving Index, um ranking global de solidariedade, o Brasil caiu 50 posições, saiu do número 75 e foi para o 122º lugar na lista geral, que possui 146 países. O levantamento é medido pela Charities Aid Foundation (CAF), instituição com sede no Reino Unido e que no Brasil é representada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).
Apesar da estatística negativa, divulgada no final do ano passado, muitos brasileiros vão na contramão desse índice e ainda prezam por ajudar ao próximo, das mais variadas formas. Um exemplo disso é o Projeto Social Queiroz Silveira, no qual a incorporadora goiana auxilia seus colaboradores, especialmente os mais carentes, a terminar ou reformar a própria moradia através de mutirões e doações.

O primeiro beneficiado do projeto foi o operador de betoneira Vanderlei Lima de Oliveira, de 46 anos, pai de dez filhos, dos quais sete ainda vivem com ele, além da mulher Cleciane Oliveira. A casa dele, localizada no Setor Riviera do Retiro, em Senador Canedo, foi entregue no final do mês de março, após quatro meses de obras, cujas etapas foram divididas entre a direção da empresa e alguns colaboradores que abraçaram a causa. A Queiroz Silveira Incorporadora utilizou recursos próprios e obteve algumas doações de empresas parceiras.
O engenheiro Leandro Valim relatou que as dificuldades eram grandes para os envolvidos no projeto, visto que a residência fica em uma cidade da região metropolitana de Goiânia, mas que todos se dedicaram. “Quando você vê uma família que não tinha nada e depois vê a alegria no rosto deles, não tem preço. É Deus que toca no coração. Espero que seja a primeira de muitas”, afirmou ele, que atualmente trabalha na obra do Residencial Gran Lest, no Setor Universitário.
Diariamente
O pedreiro Eulálio Cardoso Correia, de 56 anos, conta que ficou trabalhando na reforma da casa do colega, que conheceu durante a obra do Panoramic Residence, também no Setor Universitário, todos os dias durante quase três meses. Ele foi um dos responsáveis pela concretagem do local em contra-piso, rebocos, na área dos fundos e na garagem, além da rampa na frente. “Eu achei muito bom, porque tem muita gente que precisa e é merecedor. Quando precisar de novo pode contar comigo, estou à disposição”, ressaltou ele sobre o Projeto Social Queiroz Silveira.
Mesmo com a distância, o também engenheiro Allan Rezende Parreira, ia a Senador Canedo diariamente. Ele relembra que fez a administração da reforma contratando terceirizados, aproveitando os materiais de outras obras e os levando ao local. “Já trabalho com ele (o beneficiado) a dois anos, sei da história dele com os sete filhos e quando vi a casa sem iluminação, pois só tinha duas lâmpadas, sem portas nos quartos, eu fiquei tocado”, revela.
O engenheiro explica que durante os quatro meses de reforma Vanderlei e a família moraram em uma casa alugada pela Queiroz Silveira e ficaram totalmente surpresos com o resultado da obra. “Foi muito gratificante. Ele ficou muito feliz, viu que todo o acabamento era de qualidade, com os mesmos materiais utilizados nas construções da empresa e ficou muito agradecido”, relembra Allan sobre o dia da entrega da residência.
De acordo com ele, a incorporadora já está selecionando outro trabalhador para a próxima edição do Projeto Social Queiroz Silveira, que deve reformar outra residência até o final do ano. A escolha é feita analisando a necessidade e carência do colaborador, sendo que o critério de desempate é o tempo de serviço de cada um na empresa.
Surpresa
Vanderlei conta que foi só alegria quando recebeu a casa reformada pela incorporadora. “Ficou excelente, até melhor do que eu pensei. Depois da entrega, quando todos foram embora, eu sentei lá no quintal e comecei a chorar de felicidade. Eu tinha uma casinha simples, de alvenaria e hoje ela tem reboco, pintura, piso. Ficou ótima”, revela. “Os vizinhos passam aqui na porta, pedem para ver e eu mostro. Quando conto que foi a empresa que fez eles ficam admirados”, completa ele.
O operador de betoneira afirma que também quer colaborar nas próximas edições do Projeto Social Queiroz Silveira. “Se tiver oportunidade gostaria de participar, fazer parte da felicidade dessa outra pessoa. É bom demais ver a alegria de outra pessoa. Eu senti na pele a experiência de ser ajudado e gostaria de retribuir”, afirma Vanderlei sobre o ciclo que a solidariedade gera nas pessoas.
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